quarta-feira, 7 de novembro de 2007

E do amor fez-se a guerra. (em nove estrofes)

Do amor fez-se a tristeza.
Da tristeza fez-se o pranto,
E com ela o orgulho trouxe a dor e o desencanto.

E da dor criou-se a raiva,
Tão intensa, tão letal,
Que em faca de dois gumes, vem vingança e traz o mal.

Da vingança segue fácil,
Num caminho de uma ida,
Cuja a mente entorpecida, vai com a morte e leva a vida.

E de mortes, basta uma.
Pra se ter motivos quais,
Cem pretextos pras vertigens, tantas guerras tão banais.

E das guerras, morte certa.
Um caminho com uma volta.
Onde a flor, a cor e a seta, não distinguem sua horta.

E de mortes, é a vingança:
Consequência natural.
Onde o bem só quer o bem, mas confunde-se com o mal.

E o que é essa vingança,
senão raiva mal contida,
explodindo com os segredos, de uma dor mal resolvida.

Dor na qual o pranto é fato,
e a tristeza é só o extrato,
natural da nossa mente.

E duma guerra de dementes
vem o nada tão descrente,
e de tudo que é incerto,
faz-se um amor tão limpo e cru,
faz-se um amor simples e belo.