As vezes em nossas vidas amorosas nos vemos em momentos em que devemos tomar decisões cruciais,
consequentemente, a dubiedade que nos toma assume formas mortíferas.
Real e utópico.
Caminhos distintos, recompensas distintas.
Um nos leva ao concreto, nos faz ter uma consistente perspectiva de possibilidades.
A partir dela podemos obter algo, eu digo algo, -não algo em potencial-.
Ela nos traz tranquilidade e contentamento, mas junto com tal vem o arrependimento.
Satisfação limitada a define.
O outro caminho nos leva ao incerto, ao desejo, à dor.
Suas expectativas podem ser atrentes, sua vitória, encantadora e entorpecente.
No entanto, essa trilha consegue ser traiçoeira nas suas conlusões -acredite, jamais confie na incerteza de um talvez, pode ser fatal-.
Suas rotas podem ser inúmeras, mas seus destinos serão sempre dois: a decepção ou a felicidade.
Risco é o que as define.
Acontece que não podemos simplesmente separa-las, -desse modo você pode pensar que não existe risco com satisfação e vice-versa-.
Ambas estão associadas, cada uma traz um pouco de si na outra, e de si um pouco perde em função da vida.
Satisfação com pouco risco é apenas satisfação.
Risco com satisfação, é vida.
Viver é correr riscos.
Correr riscos é sentir.
Enquanto isso, minha mente continua receosa.
Até que ponto estou disposto a me expor pelo risco de viver?
Até que ponto estou disposto a me expor pelo prazer de sentir?
Trago como prévios destinos apenas a decepção,
e o que me garante estar na trilha do sorrir enfim?
Será que é muito pedir um pouco de tranquilidade?
Será que é muito provar um pouco da satisfação?
As vezes me pergunto se não seria bom ter uma vida ordinária.
Mas ordinariedade não é modo de vida.
É droga,
satisfação a pouco custo, felicidade limitada.
Mais hora menos hora ela há de acabar
e sua abstinência é o arrependimento.
Arrependimento de ter tido medo de viver.
Arrependimento de ter tido medo de amar.