terça-feira, 3 de abril de 2018

Circunscríto

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DEITO-ME DE UM LEVANTE,
E ME LEVANTO, FEITO UM QUADRADO.
A TERRA PARECIA REDONDA,
DEVO EU CONFORMAR-ME COM UM MUNDO CHATO?

quarta-feira, 7 de março de 2018

La duración de un momento

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¿Cuantos segundos dura un momento de verdad?

Si uno intenta sacar una foto del "ahora", y reduce, de tal modo, la apertura del obturador hacia lo mínimo posible, la foto le saldrá negra e incognoscible.

Si uno intenta sacar una foto del "infinito", y aumenta, de tal modo, la apertura del obturador hacia lo máximo posible, la foto le saldrá blanca e igualmente incognoscible.

Ni lo mínimo, ni lo máximo. Ni el promedio, así, tal cual. No, no es tan racional. No tiene formula definida.

Hay una búsqueda por un balance sutil en el arte de la fotografía. Búsqueda ésa, que es, quizás, análoga a la manera como podríamos estar viviendo cada instante.

El momento, en mi opinión consiste en un balance entre el aquí y el ahora. Es más intenso cuando condensa la mayor cantidad de información por metros cuadrados o en cada segundo. Es más verdadero cuando encontramos un balance adecuado entre su intensidad y lo que hay de esencial en la relación entre los agentes del momento y sus entornos.

— Cuando me refiero al aquí, quizás refierome a este sitio onírico que uno no puede precisar cual es, pero que puede sentir si está en él, o no, a depender de la verdad con que el momento se le presenta. —

No, no es ni esta sala, ni esta ciudad. Mucho menos este segundo o este minuto. No se conoce al cierto por donde se extende ni cuando vayamos a depararnos con un momento de verdad, mucho menos cuanto dura.

A veces, un poco menos, a veces, un poco más. Un momento de verdad puede tardar menos que un segundo y tener la intensidad del infinito. A la vez, puede que dure toda una vida y que no sea más que un recuerdo recurrente y transitorio de la infancia.

Cuando te dije que no quiero nada superficial, dije que a mi me da igual la intensidad o la duración de los momentos que vengamos a compartir. Pero que más me interesa saber que, absolutamente cada instante, fue el adecuado para convertir nuestros momentos en algo más cercano de la verdad.

¿Cuantos segundos dura un momento de verdad?

No sé, pero creo que lo necesario, hasta que sea lo suficiente.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Um pouco mais que silêncio.

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Tem algo de misterioso e sensual no silêncio.

Uma mistura de desejo engasgado ou delírio contido.

É como se o passar dos dias acumulasse os ânimos de estórias possíveis, e impossíveis também.

É como se você, coberta por uma cortina de incertezas, conseguisse estar aqui e, ao mesmo tempo, em qualquer lugar imaginável.

Ubiquidade? Talvez. Mas com um gostinho de sensualidade.

Porque é fácil simplesmente existir para além da presença física. Quantos momentos em um só dia dedicamos à imaginar paisagens surreais que só poderiam caber em uma mente inquieta e criativa, disposta a dar esse salto rumo à fantasia?

No entanto, pensar em você é como saborear uma lembrança vívida, real, vestida de pequenos detalhes e momentos.

Cada entrelaçar de dedos, cada olhar que durou um pouco mais do que o permitido por etiqueta, cada cansaço, sumiço, reencontro.

E ir despindo-se de cada dedo, cada passo, ruído, segredo, dúvida, rumores, fofocas e lembranças como se fossem peças de um vestuário sobressalente em uma dança erótica — chamada destino?

Até que, nús, só nos reste, para além de toda a especulação, o som dos fogos de uma sereia arquetípica, e o ruído dos seus devotos — reais? — a desembrulharem o presente de um orgasmo sem fronteiras.

Isso. Um só orgasmo. Tangível, verborrágico e transcendental.

Tudo ao mesmo tempo e em seguida, um silêncio.

Sensual, sim.

Característico de quem, sem mais do que desvencilhar-se, torna a vestir a realidade e a imaginação em doses homeopáticas.

Um pouco constrangido, um pouco a vontade, mas imprescindivelmente disposto a escutar mais do que falar.

Posto que não existe muita literatura em uma dança sensual, mas sim um certo fluxo, ponderado, tácito e consciente, capaz de navegar entre a entrega do sedutor e a abertura do seduzido.

Não precisa recitar nem declamar os movimentos dessa dança. Basta com sentir que, através dela, abraçamos toda a existência em uma comunhão sublime.

— Seria isso amor?
— Seria isso, Amor?

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Trindade

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A chuva cai e até o concreto se rende.
Suas gotas se misturam com o orvalho e a noite abraça o dia em singela comunhão.
É como se o sol, humilde com a redenção da lua, optasse por um dia mais gélido, em homenagem à igualdade entre os astros.
Posto que não basta com que empreste a sua luz, mas que também reconheça a importância das marés.
Porque evaporar também não é sempre suficiente, mas aprender a mover-se sem necessariamente sair do lugar,
Em um movimento que renda náuseas à marinheiros de primeira viagem e prazer aos equilibristas das ondas.
Convencendo a dualidade de que, para ser inteira, necessário é que a água suba, e desça, e dance, e evapore, e até viaje um pouco, e se resiguine para tornar a cair,
Com o ânimo de quem tem esperança de trazer um pouco mais de vida para lugares outrora esquecidos, como o sertão e, porventura, até o concreto.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

hérnia de umbigo

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não sei se é o meio-dia, o meio-fio ou o fio da meada.
já não posso fiarme em diapositivas.
uma visão positiva por hora serve e logo me escapa.
me sinto só, como(,) jamais servido.

para que o banquete sem o entre talheres?
entreolhamse os que à mesa jantam,
vejo a mim mesmo e sequer me enxergo.
adeus esteves. ai essa hérnia de umbigo.....

inflamada do que já não sou,
e do que nunca serei, inflada.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

o verbo relativizado

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o tempo,
foi pro espaço.
o espaço,

sábado, 20 de agosto de 2011

私のお金はどこにある、くそ? - volto a escrever por aqui

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Ele acordou com asía e não sabia muito bem se era a Asia aquilo que aos poucos se desembaçava aos seus olhos na janela de defronte.

Pensou nos dias que foram e no hoje que tarde já lhe derrubava da cama. Lembrou-se do sol, dos anos. Do calor, que com o seu atroce fritar de nervos cutâneos progressivamente contamina o cérebro com uma impaciência sem precedentes (agosto parecia não ter fim, e ele sempre foi dramático ao hiperbolizar).

-Oba! É mais um dia que começa!
Disse em auto-sarcasmo desesperado.

Descobre, então, que ao seu lado acabara de acordar àquela puta da esquina do tailandês de não longe. Os segundos seguintes se reservaram ao tropeço retrospecto a fim de descobrir se havia -ou não- usado camisinha horas atrás. Prontamente desiste desse raciocínio antes que, se não bastara esquecidamente senil se descobrira também aidético.

- Watashi no okane wa doko ni, kuso?
Disse aquela-que-ele-não-sabia-o-nome, com a maior cara de cú, o que ele poderia (em bom baianês) ter dito com cerca de quatro palavras. De fato, teve que pagar o dobro por comer o seu cú, fenômeno que até última instância gerou discussão acerca do estado ontologico da possivel estafa a que ele acusava à vadia.

Constrangido, pagou 5000 yenis (1500 mais do que devia) ao ser intimado com a camisinha melada de bosta que ela lhe trouxe do banheiro à varanda em quanto ele gozava do primeiro cigarro sob o fim-de-tarde de uma Tokyo magenta. Sequer havia gozado, ao menos não na camisinha. Preferiu esquecer, antes bosta do que nada, pensou. E antes uma rapidinha do que troco, logrou a sua lógica ao fazer valer
-huh!
o valor
-huh!
agregado à vergonha
-aaaaah...

Contemplou a japonesa ir-se em quanto se lembrava da asía que assomava-lhe, quando exclamou:
-Malditas Chang hedónicas!
A essa altura já tinha certeza de que colocavam algum entorpecente químico 'gastro-intefatal' nessas cervejas. Químico aparentemente aditivo, uma vez que mesmo assim, e talvez por isso mesmo, era incapaz de não bebê-la a cada despretensiosa visita ao tailandês este, cada vez mais frequentes.

Pensava nos amigos, nos domingos, lembrou-se do Faustão e vomitou morosidade. Demasiava-se em sufoco ao cabo do sol que se punha. Refluxo dos seus sonhos, os dias duram já o infinito e cada vez um tanto mais. Os anos, não obstante, se expremem em 24 horas e cada vez menos.

O fim-dos-tempos é o tempo que leva o sol em se pôr, cada vez mais estático, cada vez mais patético.
Como um cigarro ao que se traga, mas que já pouco queima.