quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Visita indiscreta

A dor é tão insensível,
que quando se mostra incrível,
é impossível suportar.

Saborosa dor, tão sem gosto,
que nos seus eternos sufocos,
de um soluço, faz-me louco,
me enlouquecendo ao chorar.

Cala-te dor indiscreta,
Feche a porta, não deixa brecha,
Vai-te embora pela fresta,
Entre juízo que ainda me resta,
E a loucura a me atazanar.

E quando fores, mande recado,
Para que esteja distante e não ao seu lado,
E quando longe daí, exilado.
Esteja a salvo, esteja sanado,
Esteja livre, esteja calado,
Até o teu próximo visitar.

Um comentário:

Laís de Almeida disse...

muito bom, hein? bom mesmo.
bem poesia! ... não sei fazer isso.
admiro muito quem sabe. ;D